PAULO HENRIQUE
Fazenda
Frutuoso Limoeiro
Localidade
Alvorada de Minas
Paulo Henrique: Tradição e Inovação no Queijo Minas Artesanal
Na fazenda localizada a 12 quilômetros de Alvorada de Minas, Paulo Henrique representa a quinta geração de uma família dedicada à produção de queijo artesanal. Aos 28 anos, ele carrega consigo um legado que remonta aos seus tataravós, que já produziam queijo na mesma propriedade, em uma época em que a fazenda era praticamente autossuficiente, comprando apenas sal e macarrão.
A história de Paulo com o queijo começou cedo. Aos 13 anos, já estava envolvido nas atividades da fazenda, assumindo responsabilidades que seu pai, que nunca teve grande afinidade com a lida rural, gradualmente deixava para ele. “Meu pai nunca gostou de mexer com roça”, conta Paulo, revelando como sua mãe o incentivava: “vai lá e faz isso, faz aquilo”.
Apesar de ter se afastado temporariamente para estudar economia em Belo Horizonte e trabalhar no restaurante de uma tia, Paulo sentiu o chamado de suas raízes. “Eu gostava de roça”, confessa. Durante seu tempo na capital, assistia a vídeos sobre técnicas agropecuárias e percebia que havia espaço para inovação na fazenda familiar. “Eu falei, vou voltar pra roça e vou começar a fazer as coisas da forma certa”, relembra.
Hoje, Paulo divide as responsabilidades do negócio com seu irmão Cássio, oito anos mais velho. Enquanto Paulo permanece na fazenda cuidando da produção, Cássio administra a logística, transporte e comercialização em Belo Horizonte, participando de feiras e eventos. Esta divisão estratégica permitiu que expandissem sua presença no mercado.
A produção atual gira em torno de 34 queijos diários, embora já tenha chegado a 50. Paulo explica que está em processo de renovação do rebanho, “tirando umas vacas e comprando outras”, visando melhorar a qualidade do leite utilizado.
O produtor se destaca pela atenção meticulosa ao processo de fabricação e maturação. “O queijo é complexo”, explica. Ele realiza testes no curral e utiliza acidímetro para verificar a qualidade do leite e sua fermentação adequada. Paulo valoriza especialmente o kit acidímetro fornecido pela associação Pax, da qual é membro desde 2018.
Seu carro-chefe é o queijo de casca florida, que atinge o ponto ideal de maturação com 14 dias. “O que eu mais gosto no queijo de casca florida é a textura, no mínimo a manteigada”, revela. Paulo planeja investir em uma câmara fria para maturar os queijos a 10 graus, em vez dos atuais 16 graus, o que melhoraria ainda mais a textura e qualidade de seus produtos.
O talento de Paulo foi reconhecido em importantes concursos. Sua primeira premiação ocorreu no Prêmio Brasil em 2018, mas ele destaca as conquistas no concurso internacional de Araxá e o bronze obtido na França em 2021, durante a pandemia, quando seu queijo foi levado “escondido nas malas” por outro produtor. “É um queijo de sabor diferente, é mineiro”, comenta com orgulho.
Paulo acredita que o registro do queijo Minas artesanal como patrimônio imaterial é importante para a valorização do produto, embora considere que isso precisa ser mais divulgado. “A história vende muito. A gente quer construir aquilo que tem história, não é só um produto comum”, reflete.
Trabalhando ao lado da namorada na fazenda, Paulo representa uma nova geração de produtores que combina o respeito às tradições com a busca por aprimoramento técnico e qualidade. Sua história é um testemunho de como o conhecimento passado de geração em geração pode se renovar e ganhar novos contornos, preservando a essência cultural do queijo Minas artesanal.
Prêmios
Medalha de Ouro ExpoQueijo Araxá International 2023
Medalha de Prata Prêmio Queijo Brasil
Medalha de Bronze no Mondial du Fromage França 2021